sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Propaganda – O mais novo produto do mercado!


Olá! Venho lhes apresentar a maior novidade do mercado nos últimos tempos. Um produto revolucionário que já vem sendo implantado gradualmente para a população e hoje, finalmente, terá sua estréia de gala com direito a champagne e tudo! Então brindemos a chegada do novo mundo, da evolução, da modernidade, da globalização, da massificação...
Sim, sejam bem-vindos e conheçam o grande produto que vêem mudando a visão que você tem a respeito de tudo: O espetacular Denominador Comum.
Provavelmente você não tenha percebido, e é justamente essa a nossa intenção. A política da nossa empresa tratou de impregnar todos os meios de comunicação de massa e a própria sociedade, nas mais diversas esferas, com essa novidade.
E é notável a mudança, com o Denominador Comum todas as informações, músicas, filmes, documentários, pesquisas e demais produtos culturais e até as próprias pessoas – considerando-as como agentes transmissores de conhecimento e cultura. –, sejam estes bons ou ruins, são reduzidos a um mesmo patamar. Patamar este sempre padronizado e buscando atender, ou melhor, integrar o maior número de pessoas. É a magia da democratização da informação! Sim, sim, imaginem só as possibilidades que esse produto trás. É fantástico! É impressionante! É demais!
Através dele teremos dezenas programas bons sendo transmitidos para vários países a título de entretenimento e outros milhões de produtos imensamente piores sendo disseminados para os quatro cantos do mundo! Construiremos uma massa de pessoas pseudo-informadas com seus discursos inflamados de palavras complexas das quais elas não saberão sequer um terço. Isso sim é globalização!
Dêem um abraço na nova Era! A era do Denominador Comum!
Se quiser saber mais informações ligue: (01) 1234-5678
Ou então acesse: www.eunaotenhopiniao.com.br

E dê adeus a sua personalidade!

- Resquício algum sobrou das flores... (Marianne)

Resquício algum sobrou das flores primaveris, agora soterradas pela neve que vai se acumulando lá fora.
Seus pensamentos estão encolhidos junto ao peitoril da janela, debulhando-se em profundos e confusos lamentos, todos vermelhos.
Ela caminha sob a grossa chuva de outono, se afogando em lágrimas alheias, observando um ou outro transeunte, invisíveis a olhos nus, os dois, ou quatro, ou sete, se assim fosse para ser (mas que talvez nunca o será), separados por um muro de porquês.
Um muro deses tais pensamentos, que observam densos flocos de melancolia e de algumas coisas que nos fazem passar noites em claro, com lágrimas nos olhos e nós apertados em cada pedaço do nosso corpo maltratado, caírem vazios, formando uma canção de adeus.
Os lamentos, vermelhos, por sua vez, refletem-se nos poucos espelhos que restaram naquela casa abandonada. Tornaram-se figuras esguias, porém apaixonadamente belas, imersas em suas redomas particulares, palpitando, não com palavras, mas somente e completamente com seu ser.
Com os pés dilacerados pelos cacos de seus espelhos (que ela mesma estilhaçara), caminhou pelo jardim coberto de branco e de sua infelicidade. Deixou seu corpo nu cair na neve, e ali jazeria, sangrando, até sua vida se esvair.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

- Tédio (Elaine)

Oi pessoal. Já que ninguém posta nada aqui eu resolvi fazer uma visitinha e deixar uma bobagem qualquer escrita.
Vocês não acham que o período está se estendendo?
Nossa! Eu ando contando os dias para que acabe logo. Já não tenho mais ânimo de ir pra facul todos os dias. Mais ainda com meus horários doidos.
Hoje nem fui, Teria de ir pela manhã e voltar de novo no fim da tarde. Só de pensar já cansava. E com essa chuvinha então...
Hoje amanheceu chovendo. Ininterruptamente. Aproveitei pra fazer nada. Deveria estar estudando pra deontologia. Josenildo é exigente e a gente tem que estudar um monte de códigos e leis. Lei de regulamentação do jornalista, lei de imprensa. Código de ética do jornalista, do relações públicas, da propaganda. E não só o código de ética de jornalistas aqui no Brasil, como em vários lugares do mundo!
Ética é uma coisinha meio complicada, viu? Você tem que analisar diversos aspectos. E quando entra na esfera pública é que fica pior. Mas não estudei nada não. Quis ficar de boa hoje.
Outra coisa que fiz foi jogar free-cell a manhã inteira e parte da tarde. Joguei até não poder mais. Depois resolvi entrar no orkut e procurar por uma pessoa que eu não vejo há anos.
Como sabia que não a encontraria porque ela nunca foi adepta de tecnologia e coisas afins, resolvi procurar pelo filho dela. Sempre busquei por ele no orkut mas nunca consegui encontrá-lo, hoje dei sorte.
Achei!!! Na hora não sabia se sorria ou se chorava de felicidade. O nome da pessoa que eu procuro é Miriam.
Quando eu saí da casa do meu pai e fui morar sozinha, durante muito tempo ela cuidou de mim. Tomávamos altos porres ou então passávamos a madrugada toda no telefone. Eu a amo tanto quanto a minha mãe. O filho dela não gostava muito de mim não, meio que tinha ciúme, acho. Espero que ele fale pra ela que eu a estou procurando.
Toda hora venho abrir a caixa de mensagens pra ver se ele respondeu. Até agora nada.
Ah, e também fui à feira. Tarefinha típica de uma dona de casa, mas, enfim, tinha de comprar um monte de coisas e a feira aqui é à noite.Daí que resolvi ir.
Agora, neste exato instante, estou dividindo meu tempo entre postar esse resumo do meu dia e a comida que estou fazendo. Por acaso alguém quer jantar comigo? Se quiser, sinta-se convidado.
Já enchi bastante a paciência de vocês. Até acho que ninguém vai ler isso aqui até o final. Mas, se leu, espero não tê-lo contaminado com o tédio que me invade a alma até os ossos hoje.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

- Entrevista com Barroso Guimarães

Barroso Guimarães nasceu na cidade de São Paulo, mas mora em Aracaju há mais de 21 anos. Foi repórter da Rádio Jornal, editor de esportes do jornal Correio de Sergipe e o primeiro apresentador de um programa de esportes em uma TV a cabo (TV Cidade). Além disso, ministrou o curso de Radialismo no Senac, em 2005. Atualmente tem um programa Jornal da Milenius na Rádio Milenius FM de Itaporanga de segunda a sexta-feira das 12:00 às 14:00 horas e aos domingos das 6:00 às 8:00 apresenta o programa " A Voz da Fetase" na Rádio Jornal AM, um programa destinado aos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Barroso Guimarães foi um dos vencedores do Prêmio BNB de Jornalismo 2006. (Fontes diversas)



JornalUFS07: O piso salarial é algo que afasta algumas pessoas de optarem pelo jornalismo como profissão? Qual a análise que o senhor faz deste aspecto, do mercado de trabalho para os profissionais sergipanos?

Barroso Guimarães: Também. Algumas pessoas não fazem jornalismo porque amam a profissão e sim como trampolim para alcançar objetivos dos mais diversos. Levam o jornalismo como bico e se sujeitam trabalhar por qualquer valor. Isso faz com que a nossa profissão seja desvalorizada.

O mercado de trabalho é muito restrito. Nós continuamos com três jornais diários há mais de 25 anos e de lá para cá não aumentou. A Gazeta fechou e entrou no seu lugar o Jornal do Dia. Enquanto isso, durante esse período quantas pessoas já saíram das universidades?

Muitas pessoas seguiram outra profissão porque não tiveram oportunidade de ingressar no mercado de trabalho.


JornalUFS07: Em comunicação qual é a área que mais demanda profissionais, tanto em Sergipe quanto no Brasil?


Barroso Guimarães: Poucos alunos que estudam comunicação querem ingressar no jornal ou rádio. Se você fizer uma pesquisa à maioria quer televisão. No rádio esportivo de Sergipe existe uma demanda muito grande. A renovação é muito pouca e quando tem alguém que se interessa, no entanto, não tem talento suficiente para ingressar na carreira.

No jornal, os estudantes têm dificuldades em elaborar textos e acabam desistindo no meio do caminho e os melhores são seduzidos pela televisão.


JornalUFS07: O que é preciso para conseguir trabalho relacionado ao jornalismo no exterior, as qualificações exigidas e a dificuldade em se conseguir tal objetivo?


Barroso Guimarães: Primeiro é falar fluentemente inglês e não esses cursos onde se aprende a falar meia dúzia de palavras. O ideal é conhecer no mínimo três línguas. Pós-graduação, mestrado e doutorado e experiência na grande mídia nacional. Depois de muita experiência e bagagem é que se pode pensar numa carreira internacional.


JornalUFS07: Como o advento do webjornalismo refletiu no jornalismo sergipano? Você acha que essa ferramenta é bem aproveitada pelos jornais do estado?


Barroso Guimarães: O webjornalismo facilitou a vida dos jornalistas e serve como fonte de informação das redações. Funciona como uma agência de noticias porque sempre estará à frente do jornalismo impresso. As informações são rotativas e chegam a ficar próximas do rádio. No entanto, ainda é uma coisa nova e que começa a ser absolvida no jornalismo sergipano.


JornalUFS07: A web 2.0 deve ser considerada como ameaça ao trabalho dos jornalistas?


Barroso Guimarães: A web 2.0 seria a troca de informações e colaboração dos internautas com sites e serviços virtuais, o que poderia ajudar no conteúdo. No entanto, o que não pode acontecer é que os usuários se tornem jornalistas. O ambiente on-line se tornará mais dinâmico, mas as organizações das idéias e do conteúdo serão de responsabilidade do jornalista e não do usuário.


JornalUFS07: Qual o panorama atual do jornalismo sergipano?


Barroso Guimarães: O emprego de carteira assinada está praticamente acabando. O jornalista é obrigado a saber vender anúncios, comerciais no rádio e televisão para sobreviver no mercado de trabalho. Os veículos de comunicação valorizam aquelas pessoas que sabem vender o produto e não aquelas que são ótimos jornalistas. Entre um ótimo jornalista e um ótimo vendedor, as emissoras estão optando pelo vendedor. É a lei da sobrevivência.

JornalUFS07: Quais as perspectivas para os futuros jornalistas e para o jornalismo em geral, tendo em vista as mudanças ocorridas com o passar dos anos?


Barroso Guimarães: Não podem ter apenas a visão de jornalista. Para sobreviver tem que ter a visão de empreendedor e possível ter o seu próprio negócio. Procurar ter idéias novas e não cair na mesmice.

Não terá espaço para aquelas pessoas que esperam tudo cair do céu ou serem reconhecidas pelo patrão. Isso não existe.

JornalUFS07: Há algum modo, em sua opinião, de haver uma separação do jornalismo e o poder político, em relação à submissão?


Barroso Guimarães: A Maioria dos veículos de comunicação está nas mãos dos políticos. Quando você é contratado já sabe qual é a linha editorial do veiculo de comunicação. Cabe a você aceitar ou não. O que acontece é que os nossos companheiros precisam do emprego e sujeitam a fazer o jogo do patrão.

Para ser independente, é preciso criar o seu próprio veiculo de comunicação e mesmo assim não poderá fazer tudo o que quiser, uma vez que precisará levantar recursos financeiros para sobreviver no negócio.

JornalUFS07: O que se aprende na universidade é que o jornalista deve noticiar o que não é comum e rotineiro - "notícia é quando um homem morde o cão". Levando em conta esse princípio, qual a influência do jornalismo em fazer com que a exceção seja vista como regra e qual a conseqüência disso?


Barroso Guimarães: O livro de Marcelo Parada fala sobre isso. O que ele quis dizer que noticia é tudo aquilo que mexe no cotidiano das pessoas. Antes de colocar uma noticia no ar, você deve levar em consideração se aquela informação é de interesse público e quantas pessoas ouvirão?

Um exemplo: a divulgação do vestibular da Universidade Federal de Sergipe. É de interesse público? Quantas pessoas estão participando? 35.000. Esse número multiplicado por 4 ( vamos levar em conta pai, mãe, irmãos, tia e vizinha querem saber do resultado. Nós temos mais ou menos 140.000 envolvidos. Então vale a pena fazer a cobertura.).

O que Marcelo Parada quer dizer que você deve procurar matérias inéditas e sair da mesmice. O que vai diferenciar a tua emissora das demais é que você vai fazer o que as outras fazem e o que elas também não fazem. Por isso, é comum fazer rádio escuta, onde você divulga o que a tua emissora não tem e em compensação você procura divulgar o que às outras não têm.


JornalUFS07: Você acredita na objetividade do fazer jornalístico ou seria isso algo intangível para os profissionais da área?


Barroso Guimarães: Acredito. Se puder resumir tudo em uma frase é melhor. Afinal de contas você não pode subestimar a inteligência do telespectador, ouvinte ou leitor. Procure usar palavras simples. Palavras difíceis dificultam a comunicação. O maior comunicador é aquele que se faz entender desde a pessoa mais humilde até a mais graduada.