Listas são quase invariavelmente um tanto inúteis e aleatórias. Não fujo à regra: esta aqui de nada serve rigidamente, e poderia apresentar com facilidade resultados totalmente diversos. Além disso é também insensata, pois já se foi a época de desperdiçar água assim, como só de uns tempos pra cá a grande mídia resolveu declarar. Na próxima tento fazer sobre discos para se ouvir no banho de lama de beleza de certa montanha remota do Butão, e me redimo ao Fantástico. Por fim, ela é sobretudo preguiçosa e enganadora, pois graças à morosidade da tarde e do cansaço de nada fazer, reduzo o que era de cinco a apenas um, tornando-se o primeiro item, que já estava escrito, o único.
PJ HARVEY – IS THIS DESIRE?
Este é um dos discos mais sombrios e introspectivos que já experimentei escutar. Registra doze faixas profundas, sorumbáticas, de uma beleza submersa que não seria prudente descrever muito longamente sob o risco mesmo de perder por eloqüência a sua natureza silenciosa. Não saberia dizer nem de perto os litros que fiz cair inspirado por temas como “The Garden” e “Catherine”; imagino que seja a aproximação à experiência de afogamento e a angústia que PJ Harvey traz aqui que entorpece um pouco o sujeito que a escuta. Vale esvaziar a caixa d’água inteira.
PJ Harvey - "Electric Light"
Se alguém anda lendo isso aqui, que fique o convite a completar esse post negligente com seus próprios discos enxurralhados.
:)- Ricardo
5 comentários:
Conheço pouco da P.J Harvey, mas do que ouvi gostei ;]
Para os mais calientes, ouçam Dummy do Portishead e não irão se arrepender:
http://www.youtube.com/watch?v=Vg1jyL3cr60
Me baseando na maneira que Ricardo colocou sobre o post dele, faço um breve comentário sobre um disco que curti muito esse ano também:
Idlewild - Make Another World.
A princípio poderíamos apenas dizer que se trata de mais uma banda de rock britânica. Mas, ao parar e escutar melhor o disco percebemos que não se trata exatamente disso. O Idlewild possui um som próprio, com características próprias, mas que ao mesmo tempo mostram influências diversas(tendo como uma das características mais marcantes um vocalista com uma voz quase igual á de Morisey). O single "No Emotion" mostra uma batida meio-acelerada-meio-melódica que contagia e de certa forma é até "chicletenta", como alguns gostam de afirmar. Já em "If It Takes You Home", percebe-se alguma influência punk, pelo ritmo da música e a forma de cantar do vocalista. "A Ghost In The Arcade" mostra alguma influência do Kraftwerk, principalmente no começo da música(e seus efeitos eletrônicos), "Everything" mostra uma batida mais comum no rock britânico, em alguns momentos lembrando até The Strokes (segundo alguns afirmam) Já a lenta, porém reflexiva "Onca In Your Life", mostra influências claras de bandas britânicas mais antigas.
No geral um disco muito bom pra se ouvir, que vale a pena pra quem quer curtir algo novo.
Aliás Ricardo, excelent post, rapaz! ;)
Ricardo vou me atr apenas a dizer que vc escreve bem pacas! Ótimas postagens!
Não penso em nada disso quando escuto ela. Só me aparece uma vontade estranha de... bom, deixa pra lá!
- lara
Postar um comentário