quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

- Suas Idéias não correspondem aos fatos. (Diógenes)


P.S.: Hoje minha criatividade limitou-se a pedir ao meu amigo Michel que me emprestasse este texto. Foi uma contribuição para o blog que possuímos (ou possuíamos) com nossa turma de amigos. Não contive minha emoção em saber que alguns dos artistas que mais gosto virão o Brasil este ano e eu, por impossibilidades óbvias, não os verei. Foi muito difícil escrever algo depois dessa decepção.

Imagine-se num belo dia de verão. O sol está lindo, não há nuvens no céu e faz um calor terrível. Você não tem para onde correr, pois correndo seu calor vai piorar. Então de repente, não mais do que de repente você tem uma idéia que parece salvar seu dia.

- Uma coca-cola bem gelada, por favor! Exclama.

Nesse momento de sede e agonia, só a coca-cola pode salvá-lo. Você levanta o anel da latinha, o vermelho da embalagem mexe com seu sangue e depois vem o “tsiiii”. Nunca houve som tão agradável aos seus ouvidos. Vem, então, o seu primeiro gole, que parece até aquele seu primeiro beijo de tanta emoção.

O líquido gelado desce por sua garganta e é aí então que toda a poesia morre. Para o seu desprazer não é coca-cola que tem na lata, e sim fanta! Você vê sua emoção padecer e reclama com o garçom, mas ele não pode fazer nada…

É assim com esse clima de frustração, que muitas vezes nos deparamos com pessoas que nos dão uma imagem completamente oposta ao conteúdo. Não estou falando de pequenas frustrações, tipo aquelas de amigos que não correspondem às nossas expectativas, e sim de algo bem mais profundo, de uma falsidade ideológica, de uma profunda distorção de caráter.

Criamos uma imagem nas nossas cabeças sobre as pessoas e passamos a cobrar que elas hajam segundo o roteiro que traçamos. Aí a culpa é, sem dúvida, nossa. Mas há outras que criam uma imagem própria como algo verídico, no entanto há sempre um mais atirado que adverte:

-“Essa coca é fanta!”

Às vezes a personagem está tão bem formulada e articulada que a inverdade é atribuída a quem nos advertiu. Há almas mais sensíveis no mundo do que a gente é capaz de perceber, e são estas que nos salvam.

Por isso devemos ter cuidado com discursos baratos, forçados, sugado de outros. Esteja sempre atento àquilo que te rodeia. Não é porque uma pessoa está com os cabelos molhados que significa que ela tomou banho. Para saber se eles foram lavados é necessário sentir o cheiro do xampu e, ainda assim, há muito mais meios de fazê-lo cheirar sem tê-lo necessariamente lavado. Mas aí, paciência!

Repito: sempre desconfie antes de confiar! É mais seguro, prático e econômico. Assim, você evita alguns machucados desnecessários ao coração. Isso significa que devemos desacreditar de todos? Absolutamente. O que digo é que só desconfiando que você poderá enxergar determinada pessoa como credível, lembrando sempre que alguns deslizes acontecem, com todo mundo. Afinal, ainda somos ecologicamente incorretos.

Honoré de Balzac disse que meio-termo jamais: ou se tem total confiança ou nenhuma. Ele referia-se aos criados, mas nada nos impede de aplicar esse método em indivíduos do nosso meio.

Devemos sempre nos questionar se as idéias que possuímos correspodem ao cotidiano das nossas vidas, se correspondem aos fatos. Pois só desta maneira teremos a consciência tranqüila quando alguém gritar:

-Essa coca é fanta!

Por Michel Oliveira (mytchels@hotmail.com)

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom ;D